Sou a Matilde, tenho 23 anos e fiz voluntariado em Quito, Equador durante 5 meses. Em setembro de 2021 comecei à procurar de um projeto de voluntariado que me fizesse sentido, pesquisei muito até encontrar o Corpo Europeu de Solidariedade. Fiquei encantada com a ideia de que a União Europeia tivesse um portal de oportunidades para jovens. Comecei a pesquisar até encontrar o projeto em Quito. Depois de candidatar-me e ser aceite fiz as malas e saí, primeira vez que saí da minha casa, do meu país, primeira vez que ia viver com pessoas que não conhecia, primeira vez que ia para um país que não conheço do outro lado do mundo. Os nervos eram muitos, mas o entusiasmo era maior, a vontade de descobrir o que me esperava do outro lado, que desafios iria encontrar e como os iria encarar. Tudo era novidade. Claro, não vou mentir também tinha alguns medos e muitas perguntas na minha cabeça: e se não me adaptar? E se for muito perigoso? E se o trabalho for mau? E se não me integrar? E se não correr bem com as pessoas com quem vivo? Tudo isto é normal, todas estas perguntas e inquietações são naturais. O mais importante é estar com uma mente aberta e disposta a aprender e conhecer. E vou ser honesta, os 5 meses que passei no Equador foram inacreditáveis em todos os sentidos. Apesar de Quito ser uma cidade muito mais perigosa que Lisboa, adaptei-me e apaixonei-me pela sua cultura. Pouco a pouco fui conhecendo melhor as suas ruas e os seus bairros sentindo-me mais segura e em casa. Aproveitei para viajar pelo Equador e conhecer muitas das suas bonitas cidades, aS suas comidas, a sua cultura e a sua vasta natureza. Sem dúvida que foi das melhores experiências, visitar e aproveitar ao máximo os fins-de-semana. O grupo de amigos que criei foi inacreditável, acompanhou-me e apoiou-me em tudo durante os 5 meses, consegui criar a minha própria família equatoriana. É ótimo ter uma rede de apoio, suporte e segurança para se sentir bem. Por fim, e o mais importante, o trabalho. Não tenho palavras para descrever o fantástico que foi trabalhar com jovens refugiados, o que eu aprendi, os desafios e as barreiras que tive de superar. Realmente, quando nos entregamos a ajudar os outros, recebemos muito mais em troca e não há nada que pague isso. Não só tive uma experiência inesquecível no Equador como ajudou me significativamente na minha carreira e no meu caminho académico e profissional. Resta-me aconselhar vivamente a todos os jovens que tenham a oportunidade de participar num projeto do Corpo Europeu de Solidariedade. Pode ser que algumas experiências corram bem, outras mal, mas são experiências, aprendizagens que nos enriquecem e que tem muito valor na nossa vida.