Dez meses são muito subjetivos quando o tempo é incerto e estamos a viver um turbilhão de emoções. E acho que é assim que posso resumir o meu projeto de voluntariado. Em Fevereiro, o meu futuro era incerto, cheio de dúvidas, medos e receios. E em poucas semanas parti para a Eslováquia, para embarcar numa das maiores viagens da minha vida (por mais cliché que pareça). Não tinha grande conhecimento do país e da sua cultura, e o meu inglês era gaguejado, mas os sonhos e a determinação eram o bastante. Cheguei a Bratislava no dia 17 de Fevereiro. Eram já quase 23h, e a minha coordenadora esperava por mim junto ao rio Danúbio. Depois, foi sempre a navegar. Conheci imensas pessoas, da Estónia até França, da Geórgia até aos Países Baixos, e com uma paragem na Romênia. E tantas outras aventuras que até é complicado enumerá-las a todas. Entretanto, em duas semanas de projeto, meteu-se uma pandemia pelo meio que me acompanhou até ao último décimo de segundo desta jornada. Mas nunca me travou. Do meu computador criei vídeos e grafismos, ajudei a gerenciar a conta do Instagram da organização, fotografei eventos e atividades, e até produzi um livro brochura, do qual me ofereceram dois exemplares. Não passeei muito, mas escrevi bastante. Melhorei o meu inglês, experimentei comidas diferentes, aprendi um pouco de eslovaco e tornei-me uma pessoa mais completa. A Cátia que partira em Fevereiro, já não é a mesma que chegou a 18 de Dezembro a Portugal. Agora, os meus medos são o que me motiva a fazer coisas novas todos os dias e a tornar-me uma pessoa melhor. Através de todas as experiências e adversidades, compreendi que, apenas eu posso criar o meu futuro. E um dia, vou passear por todos os países com que me cruzei nesta jornada, e alojamento não será um problema.