O meu nome é Francisca, tenho 21 anos e sou da cidade de Matosinhos, Porto. Terminei em 2017 a minha Licenciatura em Línguas Modernas e decidi que era altura de fazer uma pausa nos meus estudos. Na altura não tinha quaisquer planos do que iria fazer, apesar de o voluntariado sempre ter sido algo que pretendia, não tinha nenhuns conhecimentos sobre organizações ou projetos que pudesse seguir, de maneira que o SVE foi algo que me apareceu um dia sem estar à espera, através de uma amiga, e atirei-me de cabeça. Fui então aceite num projeto na Polónia chamado “Youth and Diversity-EVS OpenMind ZONE”, onde ia trabalhar numa escola de integração com alunos com e sem deficiências. E assim começou a minha aventura de seis meses. Fui para a Polónia com muito pouco conhecimento da cultura polaca, e apesar de saber quais seriam as minhas funções como voluntária, para ser sincera não refleti muito no que iria ser a minha vida durante aquele tempo, o que foi positivo, porque cada semana surpreendia-me com algo novo. Nos primeiros meses, tudo era um desafio para mim: a comida, o campo, a dificuldade em comunicar com os polacos… no entanto os voluntários com quem morei fizeram logo sentir-me em casa. Passado uma semana, em que estava a habituar-me a esta nova vida, fui conhecer a escola onde iria trabalhar. As minhas atividades consistiam em ajudar os professores durante as aulas, assistir os alunos com os exercícios, preparar jogos e ter diálogos para ajudar a melhorar o inglês; e fora do tempo de aulas também ajudava a professora no clube de espanhol. A oportunidade de trabalhar com alunos de tantas idades (6-15 anos) permitiu-me fazer jogos variados e explorar ideias diferentes todas as semanas. Foi uma oportunidade também para descobrir mais sobre mim, apercebi-me que sou muito mais criativa do que estava à espera, e de partilhar as minhas ideias, que era algo que não fazia antes desta experiência. Trabalhar com crianças para mim foi gratificante, cada dia sentia que eles me ensinavam mais do que eu estava a ensinar a eles, e vi-os crescerem aos pouquinhos a cada dia que passava. Nos meus tempos livres, por vezes passava os fins-de-semana em casa com os outros voluntários, onde fazíamos jantares internacionais, ou aproveitava a oportunidade para viajar. O SVE permitiu-me conhecer pessoas de todo o mundo, viajar sozinha pela primeira vez, ter a oportunidade de ajudar, e crescer como pessoa. Agora que regressei a Portugal penso na minha experiencia com uma enorme saudade, saudade daquela casa no campo, dos jantares internacionais e das conversas sobre a vida, da comida polaca, das viagens que fiz, e das crianças a gritarem “Pani”… Aconselho a todos aqueles que têm dúvidas em participar no SVE para não pensarem duas vezes. É uma experiencia que faria outra vez, pela oportunidade de ajudar e crescer ainda mais. Estes seis meses foram sem dúvida um desafio para mim, mas que me permitiu alargar os horizontes e também ver a vida de uma maneira diferente e mais positiva.