Olá. O meu nome é Marta, tenho 24 anos e fui voluntária europeia na Eslováquia durante 9 meses (de Novembro de 2011 a Agosto de 2012). Quando fui aceite para este projeto, não conseguia ainda prever a quantidade de coisas boas que esta experiência me iria trazer. Fui colocada numa pequena terra no nordeste da Eslováquia chamada Stará Ľubovňa, situada ao pé das maiores montanhas da Eslováquia, as Vysoké Tatry. O choque à chegada foi gigante. Voei de Viena para Košice num avião minúsculo e, ao chegar a esta cidade, deparei-me com um novo mundo: outdoors e placas com letras esquisitas e frases que não conseguia entender, pessoas com ar suspeito que a qualquer momento me podiam atacar (achava eu), comida estranha, prédios feios do tipo comunista (onde acabaria também por viver), etc. Foi uma sensação difícil de descrever, chegar a um país completamente desconhecido, completamente sozinha. Mas essa foi mesmo apenas a primeira impressão. O que se seguiu a isso foi uma quantidade enorme de incríveis experiências que penso que nunca mais vou esquecer. O meu trabalho lá consistia em ajudar num centro de tempos livres para crianças, ajudando nos diversos clubes. Ensinei inglês, trabalhei com crianças ciganas, fiz apresentações sobre Portugal e o SVE em escolas básicas e secundárias, … Para além disso, e como a Eslováquia é um país bastante central, tive a oportunidade de viajar muito ali à volta e conhecer novos países. Viajei também por todos os cantos da Eslováquia (não é assim tão difícil porque é um país relativamente pequeno) porque tínhamos amigos voluntários em muitas cidades diferentes. O país é mesmo incrível, principalmente pelas montanhas, pelos trilhos nas florestas e toda essa natureza quase inexplorada pelo Homem. O mais difícil para mim no início foi a língua. É tão diferente de tudo aquilo que eu já tinha ouvido e ao início ficava mesmo confusa. Felizmente algumas pessoas do centro falavam muito bem inglês, e com as aulas de eslovaco que tivemos desde o início, começou de dia para dia a ser mais fácil comunicar. No fim acabei por ficar a falar um pouco da língua e já conseguia safar-me bem em todo o lado sem recorrer ao inglês, o que foi uma grande vitória! Durante esta experiência conheci pessoas incríveis, desde as pessoas com quem trabalhava no centro, que me integraram a mim e aos meus dois colegas desde o início, a pessoas locais, que mostraram ser muito amigáveis e prestáveis, e voluntários, de todo o lado, que tornaram esta experiência ainda mais enriquecedora e internacional. Tínhamos um grupo muito bom de amigos, planeávamos sempre as nossas viagens juntos e passámos momentos muito divertidos. Nunca pensei que fosse tão fácil conhecer tanta gente! Penso que toda a gente deveria ter uma experiência como esta. Viver num país desconhecido, conhecer novas pessoas e novas culturas. Ir aos sítios, descobrir as coisas pelos próprios olhos é sempre muito diferente do que ler ou “ouvir dizer”. Tudo o que eu possa escrever aqui nunca vai conseguir mostrar realmente o que lá vivi, e ainda bem. Por isso o melhor é irem também à aventura!