Passavam 6 dias desde o inicio do ano, Aeroporto de Lisboa, e nesta memorável data começava uma nova etapa, tal como diz o ditado popular: Ano novo vida nova. Aqui conheci a voluntária portuguesa que me iria acompanhar nos 6 meses seguintes, de nome Teresa, e juntos embarcámos nesta viagem. Próximo destino: Polónia! Desta forma embarcava a bordo da minha segunda experiência fora do país tendo sido a primeira Erasmus no ano transacto e também na Polónia. Para trás, ainda que temporariamente, ficavam amigos, família, colegas, praia, calor, memórias....Agora era tempo de fazer voluntariado! Polónia! Cheguei com algumas certezas, teria onde ficar, iria trabalhar com jovens, teria direito a um pocket money, mas pouco mais, inversamente proporcional eram as duvidas em relação às certezas...como seriam os meus colegas de casa? Como seria o ambiente de trabalho? Como iria ultrapassar as diferenças linguísticas? Como seria recebido? Como seria a cidade? Como seria isto? Como seria aquilo? Sorte a minha, sou uma pessoa de me preocupar com dúvidas ou problemas, simplesmente procura a oportunidade de uma solução. Assim sendo era altura de abrir os braços e abraçar esta nova experiencia. Os primeiros dias foram uma autêntica aventura e ainda continuam a ser, apesar de alguma regularidade e estabilidade, todos os dias aprendo algo novo, nem que seja alguma palavra nova em Polaco ou que há outro Bus que posso apanhar para casa que me permite demorar menos tempo. Não me querendo alongar muito nas palavras, o meu voluntariado está a ser bastante interessante e dinâmico, as actividades variam desde ensinar Inglês a crianças, ajudar em trabalhos manuais recordando alegremente os anos de escola primária, memórias que já há muito estavam guardadas, sentar-me perante uma plateia de 15 crianças a tocar viola, recebendo um caloroso aplauso no final, jogar ao jogo do mata com jovens do secundário...enfim...um sem número de atividades que pertenceram ao passado que alegremente voltam a fazer parte do presente. Neste momento somos 4 voluntários, 2 Portugueses e 2 Húngaros, felizmente entendemo-nos todos bem, o bom senso é valor assente cá em casa, um modesto apartamento situado nas imediações da cidade de Tarnowskie Gory com os seus cerca de 61 000 habitantes. A organização tem sido fantástica, é notória a boa vontade e paixão pelo trabalho desenvolvido pelos outros professores que participam na organização, existe uma grande dedicação e espirito de solidariedade. Por vezes, sendo o Polaco a lingua utilizada pelos professores e funcionários da organização, é um desafio a comunicação, mas tentamos da melhor forma possível, seja por palavras, gestos, sons, uma mixórdia de Inglês com Polonês, entender-mo-nos e compreender-mo-nos, um verdadeiro festival de criatividade digo de risadas e boa disposição. Neste momento e passado apenas, ou pensando melhor, passado já um mês (como o tempo passa depressa)...posso dizer que já fiz novas amizades, já conheci novos sítios, já provei a gastronomia local, já me diverti de dia e à noite, já pratiquei desporto, aulas de música, já fui ao cinema, já fiz um leque de atividades que me fazem sentir como se de casa se tratasse. Neste momento sinto-me bastante grato por esta experiência e é algo que recomendo a todos/as os aventureiros/as e tal como Fernando Pessoa uma vez escreveu: “Para viajar basta existir” Cumprimentos da Polónia, Fábio Vicente