O meu nome é Paula, tenho 24 anos e sou voluntária! Em primeiro lugar acho importante definir o que é para mim um voluntariado. E sucintamente é isto: dar e receber (“Dar de nós e receber tudo o que nos é dado”.) O primeiro passo já está. E é na realidade o último passo também. É esta partilha que nos move, tudo o resto é uma consequência. E daí aqui estou eu, em Alcorisa, na província de Teruel, no vizinho país que é Espanha. Não mais de 4000 habitantes, um espaço também reduzido mas com os serviços necessários e uma paisagem encantadora. Vou estar aqui durante 7 meses, sendo que iniciei a 1 de Abril. Estou a apoiar pessoas com incapacidade física e psicológica... O dia começa normalmente ás 8:30 se estou a fazer o turno da manhã...se estou com o grupo de pessoas mais autónomas seguimos para um centro ocupacional onde trabalhamos produtos para venda...Isto é, enchemos biberões com doces, fechamos adequadamente e por fim etiquetamos. E outros, como os baldes de praia, onde temos de meter a pá e os restantes e por fim colocar uma rede em volta e atar. É apenas um exemplo sobre o que fazemos no centro ocupacional... Se estiver com o grupo do centro de dia (o grupo com mais necessidades de apoio), então a manhã é diferente. Começamos sempre por uma “aula” de comunicação, que consiste em trabalhar um pouco a conversação (os “bons dias” por exemplo!). São pessoas com muitas dificuldades em falar ou mesmo que não falam... Continuando com este grupo, consoante o dia da semana, uma actividade diferente. Outro dia será dia de ginásio, onde trabalhamos a parte física...E todas as semanas, cada um terá em particular uma aula de de estimulação, onde se estimulam os vários sentidos, através de cores, luzes, sons, procurando-se atender ás suas maiores dificuldades. Quanto ás refeições há sempre um grupo responsável por colocar a mesa (claro, que só alguns o são capaz de fazer e portanto a tarefa reparte-se entre esses), assim como cada um terá que retirar o seu prato da mesa. Estas são algumas das actividades que se fazem na fundação Kalathos. Fazemos todos os possíveis para apoiar estas pessoas e dar-lhes o direito que lhes é reservado a serem cidadãos como todos os outros. No fim, mais do que um centro de apoio, a fundação “Kalathos” é uma escola e uma casa. Da minha parte, devo dizer que tem sido um privilégio. A cada dia que passa sinto-me mais próxima deles e sinto que também eles já precisam de mim. E é isso que um voluntariado é. Uma troca... Levo seguramente uma experiência inesquecível, que acaba de começar.