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Marta Cerqueira, 19 anos 03/07/2017 França

Após ter voltado para a minha casa à um mês e ter pensado em tudo o que vivi este Verão, venho agora partilhar esta experiência que foi das melhores da minha vida. Quando me inscrevi no site do SVE não sabia, de todo, o que me esperava mas sabia que se chegasse a participar ia adorar e ser bastante enriquecedor para mim e para a comunidade. E assim foi. Procurei por vários projetos que me interessavam até que fui selecionada para um durante o Verão em França. Agora aqui no meu lar, não só ao ver as fotografias e vídeos mas também ao ouvir certas músicas, as minhas lembranças e recordações vêm ao de cima, assim como, um sorriso cheio de saudade. Todos os dias na Bretanha eram especiais e importantes, todos os dias me sentia a crescer enquanto pessoa e a desenvolver novas capacidades, todos os dias crescia este sentimento de família e de pertença entre nós, todos os dias nos aproximávamos, conversávamos e partilhávamos as nossas vidas e experiências. Éramos uma família de 12 jovens, uns mais velhos, outros mais novos, uns sempre atrasados, outros sempre a horas, uns apaixonados pelas Ciências, outros mais ligados às Ciências Sociais e às Humanidades, uns muito organizados, outros mais descontraídos, uns extrovertidos, outros mais introvertidos, uns "do Sul" e outros "do Norte". Cada um à sua maneira e com a sua personalidade mas todos com a mesma vontade de conhecer e de viajar, de ajudar e de partilhar, de ultrapassar os problemas diários e de desempenhar as nossas funções o melhor possível. Para mim, mais do que deixámos na Bretanha, o que mais me marcou foi viver em comunidade e sempre a passar por novos desafios com estes meus irmãos de Portugal, Espanha, Grécia, Alemanha, Polónia e Itália. Todos os dilemas do quotidiano que tínhamos, as viagens fantásticas e espontâneas que fizemos e a nossa energia e dedicação colocada nos vários projetos na Estação Biológica de Paimpont e nos "lavours" que reconstruímos em Camaret-sur-Mer fizeram com que eu me descobrisse a mim mesma e me sentisse a viver "ao máximo" sempre atarefada e entretida tal como gosto. Em Julho, após uns dias a conhecermos nos e a criar amizades com uma das outras equipas da "Études et Chantiers" e a descobrir Rennes com a ajuda do nosso responsável Étienne, partimos rumo à Estação Biológica de Paimpont no coração da mística Floresta Brocéliande do Mago Merlin. A estação é utilizada para investigações e estudos da Universidade de Rennes, por isso, tornámos nos amigos dos estudantes que lá passavam o Verão para terminar as suas dissertações e teses sempre cheios de histórias para nos contar. Aqui fizemos pequenos trabalhos de jardinagem, construímos um muro típico à tradição bretanha, cuidámos das ruínas de um antigo moinho, melhorámos pequenas pontes de madeira e preparámos todas as atividades e organização do evento do inventário do BioBlitz. Nunca esqueceremos o Régis e o Christoph, os nossos responsáveis e mentores neste trabalho sempre em contacto com a Natureza. Quando estávamos a terminar o primeiro mês, participámos num workshop metalúrgico onde construímos estátuas e depois tivemos cerca de uma semana livre na qual eu aproveitei uns dias para ir a Paris com os meus irmãos gregos e italianos. Já em Agosto, fomos para junto à costa, na "Finisterre" repleta de histórias e monumentos da Segunda Guerra Mundial, assim como, de praias e paisagens fantásticas. Durante o segundo mês, em vez de dormirmos na residência dos estudantes universitários, ficámos no Camping Municipal de Camaret-sur-Mer a 10 min a pé de duas belas praias e a 20 min a pé do centro da vila. Aqui a nossa responsável era a aventureira Aline e com a sua ajuda reconstruímos os "lavours" onde se lavava a roupa à mão. Com este Verão, posso dizer que ganhei uma cumplicidade e uma ligação mais profunda com o povo francês e a sua língua, com a sua história e com tudo o que já sofreu. O nosso dia-a-dia era também marcado pelas refeições típicas dos nossos países que cozinhávamos em conjunto ou até sozinhos e também pelas noites com passeios e conversas inacabáveis sob um céu estrelado. Mal posso esperar pela minha próxima aventura, seja aqui por terras lusitanas, na minha adorada Europa ou pelo resto do nosso Mundo que ainda me falta descobrir. Sem dúvida, que, quando voltar a ter oportunidade, terei todo o gosto em participar noutro projeto do Serviço Voluntário Europeu mas, por enquanto, digo a todos com quem falo para irem também. Vão, com o coração e a mente abertos, prontos para receber e ajudar em tudo o que for preciso porque é assim que nós, enquanto voluntários, somos realmente úteis para a comunidade e também crescemos e nos tornamos em pessoas melhores. E, como os bretães dizem na sua língua, "trugarez" por tudo.

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